* Ponto de vista da Bé *
Acabei por
adormecer a ver um filme, só acordei quando alguém tocou á campainha. Pensei
que fosse o Gustav e o Georg ou então a Jenifer,
pois ela tinha ficado de aparecer em
minha casa quando saísse do estúdio, mas não apareceu, provavelmente estava
cansada. Mas não era nenhum dessas pessoas que eu pensava, era aquela que
eu nunca mais queria ver... o Tom.
- Tom o que estás aqui a fazer? – perguntei-lhe.
- vim falar contigo! Já não
aguento mais estar longe de ti! – disse Tom a medo.
- já não aguentas mais estar
longe de mim, mas não pensas-te nisso quando te meteste na cama com a Mary
mesmo a saberes que eu estou grávida! - disse-lhe de forma bruta. – Tom sai, vai-te embora não te quero ver
nunca mais!
- mas Bé... – começou Tom.
- não é Bé nem meio Bé! Sai de
minha casa! JÁ! – no
momento em que acabei de dizer estas palavras entrou o Gustav e o Georg.
- não ouviste o que ela disse?
Sai! – disse-lhe o Gustav.
- então Gustav é suposto tu
ajudares-me, és meu amigo!
– disse o Tom.
- não, eu não sou amigo de
gente que vai para a cama com outra miúda, mesmo tendo namorada e que ainda por
cima faz ou melhor fazia tudo que tu querias! – disse Gustav.
- sai Tom! – disse Georg abrindo a porta da
rua.
- também tu Georg?
- enquanto tu continuares a
fazer “ merda” podes esquecer que somos teus amigos! – disse Georg já a empurrar o Tom
para fora de minha casa.
Quando dei por mim estava novamente abraçada ao Gustav,
como no dia em que apanhei o Tom na cama com a outra, quando estou com o Gustav
sinto-me calma, talvez porque ele me ouve sem nunca me julgar.
Já há uma semana
que não saiu de casa, o Tom nunca mais me veio procurar e ainda bem. Esta
tarde, a seguir ao almoço, a Jenifer ligou-me, ia fazer um jantar e queria que
eu, o Gustav e o Georg também fosse-mos. Acabamos por aceitar, acho que é a
primeira vez que vou sair de casa por livre e espontânea vontade. Combinamos
com a Jenifer que estávamos em casa dela ás 19 horas. Fui tomar um banho,
decidi levar uma roupa confortável afinal também era apenas um jantar de
amigos, vesti uns calções brancos, um top azul petróleo e umas sapatilhas
brancas.
Fomos os três no
carro do Gustav para casa da Jenifer. Quando lá chegamos fiquei surpreendida,
nunca pensei que o Tom também fosse, mas também não ia ser por ele estar lá que
eu ia deixar de me divertir, tinha que me habituar, afinal de contas eu estava
grávida e o Tom era o pai.
Durante todo o
tempo que estivemos em casa da Jenifer o Tom mal abria a boca, apenas dizia uma
coisa ou outra quando eu e o Gustav saímos da beira deles. Começo a pensar que
ele tem ciúmes de eu andar sempre com o Gustav a trás de mim. O Tom no final do
jantar foi-se embora dizendo ao Bill que estava cansado.
- alguém quer um shot? – perguntou a Jenifer.
- sim, eu quero! – disse eu, Gustav, Georg e Bill
ao mesmo tempo.
- tu não podes, lembras-te? – disse Gustav sussurrando-me ao
ouvido.
- pois! Afinal eu não quero!
Traz-me um sumo de laranja por favor! – disse eu á Jenifer.
- ok! Já vai a caminho! – respondeu
No final da noite
já estavam todos com uma grande bebedeira, expecto eu que não podia tocar numa
gota de álcool e claro, tive que ser eu a levar o carro do Gustav até minha
casa, nenhum dos dois estava no seu perfeito juízo para conduzir. Fomos para
casa, mal chegaram á cama adormeceram logo.
Já são duas horas
da tarde e ainda nem o Gustav nem o Georg acordaram. Eu estava na cozinha a
acabar de almoçar quando tocaram á campainha.
- olá Bé!
– disse Mary. - Peço que me ouças até ao fim, depois podes expulsar-me.