- tens uns desejos esquisitos,
mas vou buscar.
O Tom quando
ouviu a palavra “desejos”, abriu os olhos rapidamente como quem diz: “outra vez
não!”.
Satisfiz-me com
uma lata de atum em conserva pois dava muito trabalho estar a preparar atum
fresco.
- se calhar, é melhor eu ir
embora, já se faz tarde Jenifer.
- oh não há problema, fica o
tempo que quiseres. Afinal somos praticamente da família.
- Jenifer, posso dizer-te uma
coisa?
- claro Bé, nem precisavas de
pedir!
- só de pensar nas voltas que a
tua relação com o Bill já deu,... como é que conseguiste ter forças para
continuar a lutar por ele?
- Não sei Bé! Talvez facto de o amar e de saber que ele também
sentia o mesmo por mim. Se calhar foi isso que não me deixou baixar os braços.
- mas de certeza que foi muito
complicado para ti. –
opinei eu.
- foi complicadíssimo! Em
muitos momentos que estivemos juntos, eu tive vontade de estrangular a Mary,
mas felizmente aguentei-me.
Tive uma quebra
de tensão.
- Tom! Bill! Ajudem-me por
favor! – gritou a Jenifer.
Os dois vieram
logo a correr, ainda meios atordoados com o sono, mas felizmente a nossa modelo
para além de um corpo fantástico também teve forcas para me segurar.
- rápido Bill! Vai buscar um
copo com água e açúcar!
- Bé, amor, estás bem? – perguntou-me o Tom bastante
preocupado.
- Não te preocupes, foi só uma
quebra de tensão.
- Tens a certeza? Não queres ir
ao hospital? Não quero que te aconteça nada, nem ao nosso bebe. – perguntou-me o Tom.
- Tom, menos! Chega de filmes. – disse o Bill.
- Tu não vez que a minha
namorada está mal!
O Tom quase que
bateu no Bill. Ele está num completo pânico.
- amor, por favor, tem calma.
Vamos embora?
- Sim Bé, precisas de
descansar. – respondeu-me o
Tom já mais calmo.
Quando chegamos a
casa, o Tom não me deixou ir para o quarto sozinha. Teve que me ajudar a subir
as escadas pois eu não conseguia segurar nas minhas pernas.
Mal caí na cama,
adormeci.
De manha
levantei-me cedo e tive o cuidado de não acordar o papá preocupado.
Eu nem queria
acreditar!!
Eu não tinha nada
que me servisse.
Tive que vestir
um vestido muito antigo e feio, pois era o única coisa que tinha para vestir.
Tinha os pés tão
inchados que também não cabiam em sapatos nenhuns, ou seja, foi de vestido e sapatilhas para o consultório.
Quando cheguei ao
consultório ficou toda a gente a olhar para mim. Também não era para menos, eu
parecia um palhaço.
Foi para a sala
de espera.
Eram cerca de dez
“barrigões” para o mesmo obstetra que eu.
Felizmente eu era
a primeira da lista de consultas.
Entrei para o
consultório passados 10 minutos.
- então mamã, como se tem
sentido?